terça-feira, 17 de novembro de 2009

A hora é agora

Outro dia desses... desses em que a gente não consegue dormir, ler, ver TV ou até mesmo beber, resolvi fuçar no celular. Descobri que tinha muita coisa lá que já não me serve mais... uns 3.600 emails, umas 230 anotações e muitos telefones de pessoas que não me lembro quem são, que não sei quem são ou com quem já não converso faz muito tempo. E no meio disso tudo, achei seu numero.

Depois de deletar outras coisas mais ou menos importantes me deparei com um dilema.

"Contact: delete/cancel?"

Uma coisa é me livrar de umas fotos e alguns emails, jogar fora uma camiseta ou uma meia esquecida, outra coisa é deletar a última conexão existente entre essa vida e a que passou. É a forma de comunicação que acabamos usando mais que as palavras ditas cara a cara, olho no olho... é a forma escolhida para sussurrar um carinho e falar sacanagem... discutir pontos de vista e brigar pelos erros cometidos. Fazer as pazes e programar a sexta a noite com os amigos. É a forma que usamos para matar a saudade da pessoa amada apenas ouvindo sua voz. É mais fácil deletar um email e rasgar uma foto do que deletar um número de celular.

Pensei em tudo o que passou e em todo o tempo que passou desde a ultima vez que falamos. Tudo me dizia que “delete” era a opção mais adequada, más, ainda sim, algo rondava minha cabeça impedindo meu cérebro de enviar uma ordem para meu dedo deslizar e tocar aquela teclinha vermelha.

Duas horas depois, assim que o letreiro de Crepúsculo começou a rodar percebi o que meu cérebro dizia que meu coração precisava. Percebi que a ordem seria enviada com sucesso se meu cérebro soubesse ou pelo menos tomasse a iniciativa de saber se você estava bem. Essa é minha natureza, cuidar... sempre foi e muito provavelmente sempre será.

Não sei se você está bem ou não... mesmo querendo, não enganei meu coração e nem meu cérebro... mas a hora chegou. Só de ter vivenciado esse momento o meu cérebro fez meu coração entender que a hora havia chegado e o botão foi apertado com sucesso. E hoje deixei o passado onde ele deve ficar... longe da minha cabeça e longe do meu coração.

Mika - My interpretation


No pun intended... but I was listening to this song when I wrote this entry.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Jeito de mato




Brega eu sei.
Mas eu sou um pouco brega... ou muito. Mas sei lá... a letra é bem bonita

Ai vai:

Jeito de mato - Paula Fernandes/Almir Sater

De onde é que vem esses olhos tão tristes?
Vem da campina onde o sol se deita
Do regalo de terra que o teu dorso ajeita
E dorme serena, no sereno sonha

De onde é que salta essa voz tão risonha?
Da chuva que teima, mas o céu rejeita
Do mato, do medo, da perda tristonha
Mas, que o sol resgata, arde e deleita

Há uma estrada de pedra que passa na fazenda
É teu destino, é tua senda, onde nascem tuas canções
As tempestades do tempo que marcam tua história
Fogo que queima na memória e acende os corações

Sim, dos teus pés na terra nascem flores
A tua voz macia aplaca as dores
E espalha cores vivas pelo ar
Ah..Ah...Ah...
Sim, dos teus olhos saem cachoeiras
Sete lagoas, mel e brincadeiras
Espumas ondas, águas do teu mar
Ah..Ah...Ah...
Ee La Ia

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ainda não é hoje.

Eu esperava não sentir saudade. Mas sinto.

De todas as coisas que sinto a saudade é a mais forte, a mais chata. Ela me persegue no banho, no sono, na estrada, naquela festa de casamento e em todos os momentos em que sua presença era necessária.

Me pergunto até quando? Me pergunto sem resposta, porque? Me pergunto onde desliga?

Não desliga. A saudade vem e vai em níveis maiores ou menores mas ela não vai de vez. Ela não acaba. Ela serve de companhia para a angustia, para o fim abrupto e sem cabimento.

Um dia, tenho certeza, ela vai parar de incomodar. Tenho certeza que um dia vou colocar a mão no bolso, na cabeça, olhar em volta como quem tem a nítida impressão e que algo foi esquecido e vou perceber que ela não está mais lá. Vou perceber que a carteira está no bolso, os óculos na cabeça, as chaves e os cigarros na mão e que a saudade não está mais. Nesse dia vou sentir a leveza da liberdade. Nesse dia vou olhar para cima, sorrir com o canto da boca e pensar em você.

Nesse dia, com carinho, vou lembrar de você sem o peso da saudade, sem o peso da responsabilidade, sem o peso da necessidade. Nesse dia, com carinho, vou lembrar da companhia, vou lembrar da saudade e vou seguir em frente.