terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O vazio, o amor e o escambo

Percebi, já há algum tempo, que assim como muitos outros preciso de coisas pra encher minha vida. As favoritas são coisas materiais, um celular novo, um som pro carro, um óculos... coisinhas que não representam muito mas que te dão um certo alívio durante um período curto de tempo.

Esse alívio é como uma droga. Você sempre quer mais, pois quando passa a euforia você se sente vazio novamente. O vazio piora... ele parece cada vez maior, seus efeitos são cada vez mais assustadores e você sente vontade de desaparecer já que chega uma hora em que não existe nada mais que você possa comprar pra voltar a sentir euforia.

A outra forma de encher esse vazio é estar sempre acompanhado... seja de amigos, seja de pessoas que não te fazem tão bem ou seja de qualquer um que esteja disponível no momento. Quando com amigos, tenha a certeza de que você estará a salvo. Sutilmente eles te colocam no rumo certo, dão significado a sua pessoa mesmo que você ache que não tem nenhum.

Infelizmente, os amigos de verdade têm vida própria e não podem simplesmente largar tudo pra ficar tomando conta de você. Aí entra a família... bom, eles querem o teu bem mais do que qualquer outra pessoa no mundo, o único problema é que eles querem o teu bem desde que sua conduta seja pertinente com a conduta deles em todos os sentidos.

Aí vem a pior parte. Da necessidade de família vem o sacrifício. Você começa a abrir mão de uma série de coisas importantes e passa a se sacrificar para poder fazer parte daquela família que te ama tanto.

E é aí que eu me pergunto... what da fuck?!?!

Porque as pessoas não amam pelo simples fato de amar. Porque será que é tão difícil aceitar diferenças e seguir em frente? Porque será que sempre tem um string attached? Um “eu te amo, mas você precisa ser assim ou assado?” Porque tanto sacrifício por um amor que deveria ser incondicional?

Hoje percebo que não existe muita diferença disso para o celular ou o par de óculos ou a droga. Você compra algo que te dá um prazer momentâneo e pronto. Na verdade a diferença é a moeda de troca. Num você entra com grana e no outro com sacrifícios.

E não importa que seja o amor da família, os óculos, a droga ou os amigos... o que você quer mesmo é encher aquele vazio infernal que te atormenta e que só você pode resolver pois ele não está em lugar algum mas dentro de você.

Êta ciclo vicioso do caralho! Será que isso ta certo?

3 comentários:

Silvinha disse...

não consigo comentar ainda.
quando eu recobrar a consciência eu vou reler mais umas 30 vezes e depois, quem sabe, talvez eu tenha algo a dizer.
se é que ainda há algo pra ser dito depois desse post.

giacca, synbad, tchuca... disse...

eu queria poder ajudar, mas também não sei se está certo ou não. tem muita coisa errada no mundo, mas ainda assim a gente precisa se adaptar, senão não vive. ou a gente luta contra, mas só consegue é se desgastar. por hora, só posso oferecer a companhia de vez em quando pra beber junto e compartilhar das dúvidas.

Carla disse...

Ola.Descobri o teu blog por mero acaso e deparei com este texto que resume de forma nua e crua, o meu estado de espirito actual...e eu que tenho tentado, há tanto tempo, encontrar uma definição exacta para o meu estado e não conseguia colocar em palavras o que estava sentindo cá dentro...agradeço pois o belo texto reflexivo.Parabéns pela escrita.

Beijinho